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PRIVACIDADE

Privacidade 

 

Volta e meia ouvimos falar que mesmo em um relacionamento estável precisamos de privacidade. De fato, a vida exige certa privacidade, mesmo que se esteja há anos em um relacionamento. 

Todavia, aqui, penso que privacidade se dá por fatores diferentes daqueles que geralmente acontecem com outras pessoas que nos relacionamos socialmente. 

Ao começarmos um relacionamento amoroso com alguém o compromisso que firmamos é o tipo de compromisso que exige ou pelo menos pressupõe fidelidade, exclusividade e reciprocidade. E o amor é o fundamento sobre o qual esses pilares são erguidos. Assim, de certa forma, o outro tem acesso irrestrito ao nosso coração e a toda nossa vida. 

Ora, se somos capazes de conceder ao outro tal liberdade de trânsito em nosso coração –  Na verdade, em tons românticos até mesmo chegamos a dizer que nossos corações pertencem a pessoa amada  por que  a algumas áreas de nossas vidas queremos lhe restringir o acesso? 

Sim, eu sei que muitos vão dizer que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Tudo bem! Mas o raciocínio mais lógico seria o de que alguém que você confiou até mesmo seu coração, deveria ser alguém que você esteja seguramente disposto de confiar tudo mais. Isso porque o coração é o centro de nossas emoções e do que somos. Se você desnudou seu coração, você desnudou a alma e se sua alma foi revelada a alguém, já não restam segredos . 

Por outro lado segue uma outra lógica: Por que alguém que me confiou o coração quer manter certos segredos e restringir o meu acesso há algumas áreas de sua vida? Que surpresas eu poderia ter se eu acessar algumas dessas áreas? O que assombra de tal maneira a vida da pessoa que escolhi para ter ao meu lado e me confiar a ela a ponto dela colocar barreiras que impeçam que eu transite em certas áreas de sua vida? 

Alguém que damos o nosso coração e firmamos o tipo de relacionamento amoroso do qual estamos tratando aqui deveria ser alguém em quem tenhamos total segurança de que entrando ela por alguma porta de nossa vida não encontraria nada impeditivo do relacionamento ou nada que ela não soubesse. O mesmo se aplica a nós em relação a ela. 

A privacidade que esse tipo de relacionamento amoroso exige não é o tipo de que se você entrar por uma porta ou outra te magoe ou fira a ponto de colocar em cheque seu relacionamento. Privacidade aqui é aquela fruto do respeito e da admiração mútua. 

Nesse tipo de relacionamento é preciso que se tenha a convicção de que o outro pode estar longe de você, pode estar sozinho, mas sempre agirá como se você estivesse ali ao seu lado. Que não fosse preciso nenhuma restrição. Nem por confiarmos a ponto de sabermos que o respeito da parte do outro em relação a nós será sempre mantido, como nem pela segurança do outro na confiança que temos nele. 

Aí sim surge um tipo de privacidade diferenciada e necessária a todo e qualquer bom relacionamentoAquela privacidade fruto não de impedimentos, mas de mútuo respeito, confiança e admiração amorosa. De saber que se está com uma pessoa que pode transitar em qualquer ambiente de nossa vida e nós da dela sem o fantasma de ser tomado de assombro. O bom e talvez o ideal da vida seja se relacionar com alguém cujas portas não precise de fechaduras, cujo amor não seja pego de surpresa. 

 

Por Edson Ciso 

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