PECADO
Pecado
Minhas opiniões pouco importam para a maioria das pessoas e é desejável que seja assim. Mas, talvez, para meus amigos, principalmente aqueles que transitam na esfera religiosa, cabe algumas ponderações.
Não é de agora que a religião se tornou um lugar obscuro, em seus meandros sempre se aferrou maneirismos incompreensíveis. Anacronismo obliteram pujantemente a realidade das coisas, tornando, invariavelmente, a vida das pessoas mais difíceis.
Quanto aos pecados que se combatem hoje não são novos, não os inventamos e nem fomos os primeiros a descobri-los. Também, não somos nem melhores ou piores por isso.
Estranha-me ver ânimos tão exaltados. Não é que o número de pecadores aumentou, nem que os pecados se tornaram mais graves. Só se ampliou o espaço de discussão, só trouxemos a luz o que até agora estava oculto.
Embora ainda precisamos lançar luz sobre muitíssimas outras coisas, hoje choramos com os que desde sempre choram, mas não podiam falar de suas particularidades. Dividimos a dor, lutamos as lutas, vivenciamos as vitórias e alegrias.
Compadeçamo-nos um dos outros, nós os que no peito ainda colhemos algum resquício de compaixão. Pois sabemos que descendemos de Adão e carecemos todos da graça do Deus eterno.
Sempre li que somos pecadores não porque pecamos, mas pecamos porque somos pecadores. Isto é intrínseco a nós – “miseráveis homens que somos”. Sim, outra vez, miseráveis homens que somos. Mas “graças a Deus por seu filho Jesus”. Pois a nós os que cremos foi revelado: “Portanto, agora já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8.1).
Com isso em mente e cônscios de nossa vocação e a partir dela militando – como prisioneiro no Senhor Ef 4.1 – enveredemos ante aos imbróglios da vida em amor e compaixão rumo a estatura de Cristo, homem perfeito. Compadecendo-nos e chorando com alguns, alegrando-nos com outros, lamentando e também celebrando nossas próprias derrotas e vitórias.
Mas sempre, sempre e sempre fitos no Cristo ressurreto e no Deus eterno, não nos homens e suas idiossincrasias.
Por Edson Ciso
Nota: Texto originalmente publicado, ipisis litteris, em minha pagina do facebook em 2015.