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COMUNICAÇÃO POSITIVA

Comunicação positiva

 

Há alguns anos fiz um curso em que um dos módulos era sobre técnicas de comunicação. Uma das coisas que recordo-me com bastante clareza deste módulo é da professora dizendo que toda comunicação é boa desde que você seja entendido. Hoje creio que é preciso repensar os desdobramentos dessa afirmação.

É fato que se fazer entender é algo primordial na comunicação. Mas também é importante considerar o propósito  pelo qual desejamos nos comunicar. Assim, no geral, mais que nos fazermos entendidos, precisamos que a comunicação produza bons resultados.

Pensando na vida a dois, podemos dizer que a boa comunicação é parte imprescindível num relacionamento. Nossos cônjuges não têm bola de cristal para adivinhar o que nós desejamos ou, muitas vezes, até mesmo como estamos nos sentindo. Frequentemente até aquilo que parece óbvio para nós pode passar desapercebido para o outro.

Quantos problemas uma má comunicação pode causar em um relacionamento? Volto a pontuar, aqui não é só uma questão de se fazer entender. É preciso se fazer entender de uma forma construtiva. Um número incontável de vezes ferimos o outro só com as palavras. Como diz a sabedoria popular: não basta falar a verdade e ser sincero, é preciso falar a verdade e ser sincero amorosamente.

Quando falamos a verdade, principalmente com os que amamos, precisamos nos atentar para que nossas verdades não estejam temperadas com arrogância, prepotência, insatisfação demasiada, ego, intolerância, altivez, e todo tempero mais que possamos usar. Não podemos deixar que a verdade seja uma ferramenta da insatisfação que fere, mas sim do amor que restaura.

É interessante perceber que muitas vezes somos bem mais doce no falar com os de fora, raramente falamos aos berros, raramente insultamos, raramente não fazemos o cálculo do que está em jogo quando nos comunicamos, mesmo em situações de conflitos. A menos que o indivíduo seja insensato, aí é outra discussão.

O ambiente de trabalho que cada vez mais valoriza o profissional emocionalmente equilibrado por exemplo, neste ambiente, a menos que  estejamos de olho em outro emprego, dificilmente tratamos nossos chefes, por mais que estejamos aborrecidos, com o mesmo destemperamento que as vezes tratamos quem amamos. Fazemos em fração de segundos o cálculo de quanto nosso emprego é importante para nós, do que temos a perder, das contas que precisamos pagar, etc. e então nos contemos, nos acalmamos e não poucas vezes engolimos sapos. Salvo os loucos, loucura é outra discussão.

Mas se tratando da comunicação no relacionamento, muitas vezes nossa tolerância já anda no limite. Basta o outro tentar pontuar algo para soltarmos um: “Vai começar?”. Mesmo quando temos uma reivindicação justa, muitas vezes abrimos mão da doçura nas palavras. Pelo interlocutor ser íntimo, achamos que ele tem sempre que saber o óbvio e aí nós com nosso pavio sempre curtinho logo explodimos por acharmos que ou outro está em falta.

A boa comunicação, a comunicação positiva é terapêutica. Ela por si só já seria remédio eficaz para grande parte dos dilemas que enfrentamos na vida a dois. Precisamos estar atentos a isso. Nos enganamos quando achamos que podemos tratar o outro de maneira descuidada. Temos muito mais a perder aqui, do que quando perdemos o emprego, como no exemplo citado. Precisamos perceber que quando um sai ferido de um diálogo, a relação perde e se a relação perde, todos perdemos.

Se conseguimos manter o equilíbrio com o resto do mundo, menos com aqueles que juramos amar, temos problemas sérios. Aí o caso é de acompanhamento especializado, mas essa é outra discussão.

 

Por Edson Ciso

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