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Descubra como ajudar um amigo que passa pelo sofrimento da perda

Morte não é um assunto que a gente gosta de falar. A mera
menção da palavra nos faz ter certa repulsa pelo assunto. Mas quando se trata de ajudar um amigo que perdeu alguém que tanto amava e se encontra em plena dor, então nos permitimos refletir a respeito.

Em geral, a vontade de ajudar até existe, mas ficamos sem saber o que fazer.

  • Qual a melhor atitude a se tomar em um momento como esse?
  • O que dizer? O que não dizer?
  • Como evitar ser rude ou de fazer promessas vazias?

Se você está passando por isso ou quer estar preparado, continue lendo, pois é exatamente sobre essas questões que vamos conversar agora.

Ajudar alguém que passa pelo sofrimento da perda é uma atitude bem delicada, pois também pode nos ser doloroso, trazendo à tona nossos próprios medos e sofrimentos. Entretanto, é uma atitude que contribui muito no processo de incorporação da perda que seu amigo está passando. Conheça o processo e entenda como você pode ajudar seu amigo.

O processo de incorporação da perda

Por que “processo de incorporação da perda”? Aquela pessoa amada não será apagada da vida do seu amigo, não há como esquecer a perda, as memórias continuarão, o amor continuará, apesar de não haver mais a presença da pessoa. Isso gera uma mudança de transformação da relação com a pessoa perdida e uma grande mudança na vida quem a perdeu. É um processo de incorporação porque a perda será inserida na vida do seu amigo de forma que ele consiga seguir adiante e dar continuidade a sua própria vida.

Ao longo desse processo seu amigo pode passar por vários sentimentos e reações trazidos pela perda. Ele pode ficar em estado de choque emocional, negar que aquela situação esteja acontecendo com ele, ficar irado, ter a sensação que a culpa é dele, tentar negociar com Deus para que a perda não seja verdade ou seja desfeita, entrar em depressão e amargura ao tomar consciência de que a perda é incontornável. A aceitação vai surgindo à medida que ele for se sentindo pronto para continuar a vida e assim a perda é incorporada à vida.

O processo ocorre de forma diferentes em cada pessoa. Isso quer dizer que nem todos os sentimentos e reações podem ocorrer com seu amigo, e também não existe ordem precisa. Da mesma forma, o tempo também pode variar. Seu relacionamento com seu amigo tem papel crucial nisso, com amor, carinho e cuidado você pode ajudá-lo a aliviar o sofrimento.

O que fazer para ajudar

Bom, agora que você já tem uma noção do que seu amigo pode passar, vamos ver como você pode ajudá-lo.

  • Seja um bom ouvinte

Seu amigo pode querer conversar e expressar o que está sentindo. Apenas ouça com bastante atenção. Não dê nenhum conselho, a não ser que ele peça.

  • Ajude nas atividades

Ajude-o a voltar a suas atividades da vida, como estudar, ir as reuniões da igreja, fazer compra no mercado, arrumar a casa etc. Dê o máximo de apoio prático que você puder.

  • Auxilie no extravasamento da ira

Atividades físicas são ótimas aliadas para isso. Desde jogar bola a socar um travesseiro, são atividades que ajudam a liberar energia e extravasar a ira que estiver sentindo.

  • Aja de forma terapêutica

Algumas atividades podem ajudar seu amigo a simbolizar a despedida da pessoa que ele perdeu. Você pode, por exemplo, pedir que ele escreva uma carta de despedida e colocá-la em um barquinho de brinquedo ou em um balão. Antes de liberar o barco no rio ou o balão no ar, leia um trecho bíblico e ore.


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  • Procure outros amigos

Você não precisa fazer tudo sozinho. Procure amigos em comum que possam também ajudar, incentive-os a ligar e visitar seu amigo.

  • Ore

Busque orar em casa pelo seu amigo e também com o seu amigo.

  • Esqueça determinadas frases

Existem algumas frases que você precisa esquecer porque são muito insensíveis! Falarei de pelo menos 7 delas.

1) Mesmo que você já tenha passado por uma situação parecida, cada pessoa tem um sofrimento particular e não vai amenizar em nada a dor do seu amigo se você falar “sei exatamente como você se sente”.

2) Talvez a pior das frases seja “foi melhor assim”, pode ter sido mesmo, mas com certeza vai soar extremamente insensível e isso pode afastar seu amigo de você.

3) A presença física é o que de fato importa naquele momento para seu amigo, ele não está sofrendo porque perdeu lembranças, mas porque não terá mais aquela pessoa em sua vida, então por favor, nada de falar “ele vai estar sempre em seu coração”.

4) “Ele já tinha vivido bastante” é um péssimo exemplo do que se dizer, não importa quanto tempo a pessoa viveu, para seu amigo, importa que a pessoa não viverá mais.

5) Não fuja do problema colocando no tempo a cura de todos os males. Ao dizer que “com o tempo isso passa e a dor será curada”, você estará dizendo uma grande mentira. A dor pode ser amenizada, mas a morte de alguém que se ama sempre será uma marca profunda na vida do seu amigo.

6) “Olha, o meu caso foi bem pior”, isso não é consolo, é egoísmo.

7) Você pode ser uma pessoa curiosa, mas esse não é o momento de expressar isso. Evite perguntar “como ele morreu?”. Não faça a pessoa reviver o drama.

  • Conforte
    • Às vezes o melhor é não dizer nada, simplesmente abrace.
    • Outras vezes não sabemos o que dizer, é melhor assumir que não sabe o que dizer no momento do que falar besteiras.
    • Pergunte em que você pode ajudar.
    • Pergunte se seu amigo quer conversar, caso não, simplesmente respeite o silêncio.

“O amigo é sempre leal, mas na hora da dificuldade ele se torna mais que um amigo; ele passa a ser um irmão”. (Provérbios 17.17)

Siga o conselho do sábio Salomão e seja um irmão para seu amigo, a perda de um ente querido certamente é um grande momento de dificuldade. Releia o texto se necessário, mas fixe o que aprendeu aqui e aplique com amor de um irmão.

 


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Referências

[Artigo] A complexidade e a simplicidade da experiência do luto (Regina Szylit Bousso)  http://www.producao.usp.br/bitstream/handle/BDPI/3955/art_BOUSSO_A_complexidade_e_a_simplicidade_da_experiencia_2011.pdf?sequence=1

[Livro] Manual de Primeiros Socorros para Ministério com Jovens e Adolescentes (Janna Kinner)

Por Valéria Andrade

Imagem de capa: Freepik

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